segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Conselho Mundial de Igrejas: Criação de novo espaço de Diálogo Inter-religioso

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O tema do diálogo inter-religioso e a sugestão de criação de um espaço comum de convivência e diálogo sobre as questões atuais deste tema, a ser chamado de "Oikos", foram pontos importantes de uma das sessões de trabalho na manhã do segundo dia da reunião do Comitê Central do CMI, que acontece em Genebra, Suíça, entre 16 e 22 de fevereiro.

As realidades de diferentes contextos mundiais, através de narrações de histórias sobre os avanços e momentos críticos de algumas regiões, foram apresentadas aos mais de 200 delegados, conselheiros e observadores presentes.
Cristãos e cristãs da Indonésia, Sri lanka e Alemanha tiveram a oportunidade de partilhar as experiências de suas igrejas e comunidades no diálogo e cooperação inter-religiosa, o que encorajou os delegados e as delegadas do Comitê central a iniciar a elaboração de passos que podem ser dados para a criação de uma plataforma de união na qual o CMI teria o potencial de exercer o papel de moderador.
Para o reverendo Malungo António Pedro, pastor da Igreja Evangélica Reformada de Angola (IERA) e membro do Comitê Executivo do CMI, o CMI tem sido um exemplo vivo no envolvimento do diálogo, tendo em conta que ela congrega diferentes confissões cristãs, permitindo que haja um diálogo aberto sobre os problemas globais da atualidade, um exemplo que deve ser seguido ao nível das organizações ecumênicas continentais e nacionais.   Malungo  propõe a continuidade do diálogo inter-religiosa em todos os níveis, desde o internacional ao local, por um mundo de justiça, paz e reconciliação. "Angola já deu passos significativos com a criação de um fórum inter-religioso entre os evangélicos, católicos, pentecostais e neo-pentencostais", acrescentou.   O pastor angolano ainda afirmou que uma das maiores contribuições do fórum que envolve líderes religiosos é a análise conjunta dos problemas políticos, sociais e econômicos do país.
A doutora Magali do Nascimento Cunha, professora da Universidade Metodista de São Paulo, Brasil, e membro do Comitê Central do CMI, caracteriza o atual momento como rico e variado. "Há  muitas experiências de unidade em contextos diferentes, envolvendo igrejas, organizações de serviço, pessoas jovens, mulheres e homens".  No que tange o diálogo inter-religioso, Cunha propõe a humildade e o respeito como prerrogativas indispensáveis. "Isto significa considerar cada um na fé, como elemento principal e, por outro lado, atitudes de reconhecimento mútuo e busca de ações conjuntas".
Falando de seu contexto local Cunha acredita que o Brasil vive um momento único da sua história com a consolidação da democracia com o Presidente Lula e sua sucessora Dilma Rouseff. "As igrejas brasileiras têm sido desafiadas  a deixar seus territórios e testemunharem Cristo no apoio do processo de inclusão que o governo busca fazer", destacou.
De acordo a sua constatação, o movimento ecumênico  local tem estado fragilizado por conta do crescimento do pentecostalismo independente, do carismátismo  católico-romano e das novas expressões de fundamentalismos entre as igrejas protestantes históricas, somado pelo crescimento da mídia religiosa que expõe as teologias e ideologias  mais conservadoras e anti-ecumênicas.
A confiança mútua, um dos elementos mais destacados no debate e reflexão acerca do diálogo inter-religioso, também foi destacado por Malungo e Cunha como algo essencial para que as igrejas consigam superar as dogmáticas se envolvam num diálogo franco e formas mais expressivas de cooperação.

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