Caminhada marca abertura da CF Ecumênica 2010
Cerca de três mil integrantes das igrejas Católica, Luterana, Metodista, Anglicana e Presbiteriana (entre outras igrejas) realizaram passeata ao longo da avenida Presidente Vargas, ontem de manhã, para marcar a abertura da Campanha da Fraternidade 2010, que tem cunho ecumênico. Este ano, a campanha tem como tema 'Economia e Vida', para discutir as práticas e efeitos do modelo econômico nas cidades brasileiras, e buscar, como alternativa, a economia solidária, em que iniciativas comunitárias consigam garantir renda e empregos para os mais pobres.
'Diante do modelo econômico atual, podemos ter núcleos de produção, em um regime de economia solidária, como é o caso das cooperativas, em que as pessoas possam unir seus esforços e se inserir no mercado de trabalho, de forma a garantir sua cidadania', afirmou o administrador diocesano, monsenhor Raimundo Possidônio. Para ele, o sistema econômico deve defender a vida e sustentá-la, mas, como isso não ocorre na sociedade, a economia solidária, ecnomia de comunhão, mostra-se como um caminho. Nesse sentido, é fundamental que os governantes a serem eleitos este ano tenham claro que muito podem fazer em prol desse tema, como lembra Possidônio. 'O povo confia nos governantes e parlamentares, nas autoridades em geral, para que as demandas sociais e econômicas sejam atendidas, mas algumas dessas autoridades colocam seus interesses particulares acima de tudo', observou o monsenhor.
Nesse processo de buscar sistemas alternativos de produção, a Arquidiocese de Belém pretende organizar grupos comunitários voltados para trabalhar a reciclagem do lixo. 'Esse trabalho serve tanto para a conscientização das pessoas envolvidas e, também, para se tratar a questão do lixo, tão presente em nossas vidas', completou o administrador diocesano.
Igrejas se unem por objetivo em comum
A Campanha da Fraternidade 2010, lançada na quarta-feira de cinzas, foi aberta com pronunciamentos dos dirigentes de igrejas cristãs em um palco armado diante da baía de Guajará, na área da escadinha do cais do porto, e contou, em seguida, com apresentação de número coreográfico do corpo de dança do colégio Gentil Bittencourt e saída da caminhada rumo à praça da República, onde a programação se encerrou. 'O momento de hoje (ontem) marca a união das igrejas cristãs em busca de um objetivo único, de uma economia voltada para a vida, e se constitui em um primeiro passo para um trabalho integrado pelo tema da Campanha da Fraternidade deste ano', ressaltou o padre Cláudio Barradas, ao lado do reitor da Basílica Santuário de Nazaré, José Ramos.
'Esse tema da Campanha da Fraternidade indica que se nós queremos um mundo melhor, é fundamental buscarmos a igualdade de acesso para educação, saúde e empregos, por exemplo, para todas as pessoas, ou seja, uma economia que tenha resultados para todos', disse a pastora luterana Marga Rothe, primeira ouvidora do Estado do Pará.
Economia tem reflexo na violência local

Enquanto caminhava na passeata da Campanha da Fraternidade 2010, a pastora luterana Sibele Kuss declarou que a mobilização das igrejas cristãs serve para discutir o modelo econômico neoliberal que atinge negativamente os cidadãos e os recursos naturais. 'A capacitação das pessoas faz parte desse momento em que estamos propondo a discussão do modelo econômico', acrescentou. Os participantes da caminhada concluíram a programação de ontem às proximidades do Teatro da Paz, na praça da República.
Mais fotos
Fonte: Amazônia Jornal http://www.orm.com.br/ em 22 fev 2010
Fotos: Nete e Rose Brito
Nenhum comentário:
Postar um comentário