sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Estudo do ecumenismo no Pará

Contextualização do Movimento Ecumênico em Belém do Pará
No dia 04 de novembro aconteceu na casa das Irmãs Franciscanas de São José, em Ananindeua-Pa, um diálogo sobre a contextualização do Ecumenismo no Pará. O propósito do diálogo fez parte da disciplina de Ecumenismo do Curso de Formação Humana promovido pela CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil, ministrada pela teóloga Roseane Brito. 

O Ecumenismo faz parte da história recente de nosso país e por isso deve ser estudado nas suas diversas relações e implicações. O Movimento Ecumênico no Pará construiu uma rede de pessoas e instituições que foram influenciadas pelas idéias e práticas pastorais desenvolvidas dentro do movimento, difundindo conceitos como responsabilidade social, educação popular, ecumenismo, prática social, participação política, agente de transformação, etc. 
Para o Prof. Rev. Anglicano Fernando Ponçadilha, “o movimento ecumênico em Belém começou a despertar em plena Ditadura Militar quando em março de 1980, ocorreu a morte do estudante César Moraes Leite dentro da sala de aula no campus básico da Universidade Federal do Pará, por um colega de classe 'Policial Federal', foi então, que a Pastoral da Juventude Universitária, coordenada pelo Pe. católico Savino, se reuniu e saiu fazendo passeatas e mobilizações pelas ruas de Belém, foi um dos maiores protestos vistos no Pará após o Golpe Militar. Programaram uma celebração ecumênica no Ginásio da UFPA e dentre os celebrantes estavam a Pastora Rosa Marga Rothe da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, o padre Savino da Igreja Apostólica Romana e outros ministros de outras religiões. A partir desse acontecimento começou um movimento para repudiar a Ditadura Militar”. 
Um ano depois em 1981, na conhecida guerrilha do Araguaia, com a reivindicação de posse de terras gerou-se conflitos entre fazendeiros e posseiros na área chamada de Cajueiro, em são Geraldo do Araguaia, no Pará. Houve confrontos e aconteceu uma emboscada, resultando em prisões de posseiros e padres da Igreja Católica Romana. 
Foi a partir desses acontecimentos que surgiu o MLPA – Movimento pela Libertação dos Presos do Araguaia que acabou fortalecendo a Pastoral da Terra. Após o encerramento da MLPA alguns grupos resolveram criar entidades que se comprometessem com as causas populares, foi então criada a UNIPOP – Instituto Universidade Popular, que surge como iniciativa de educação experimental para a cidadania, partindo de três abordagens específicas: a sócio-política, a teológica-ecumênica e a lúdico-teatral. 
Dentro da UNIPOP surge o CAIC – Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs, com o propósito de criar-se um curso de teologia popular como espaço de reflexão bíblica teológica a partir do compromisso ecumênico. 
Segundo o presidente do CAIC Tony Vilhena, “o ecumenismo é bíblico e teológico, deve ser uma prática tranversal na vida cristã.  Jesus pediu a unidade de seus discípulos e discípulas (Jo 17,21)”. 
O ecumenismo exige um coração voltado para a paz e a valorização do outro. Não basta realizar ações ecumênicas, é preciso ter de fato a espiritualidade do diálogo. Essa espiritualidade exige o cultivo de muitas qualidades, como por exemplo:
● esperança ● amor à paz ● humildade ● capacidade de ouvir ● paciência ● discernimento ● lealdade ● alegria ao ver o bem ● respeito ao outro.
Segundo Fernando Ponçadilha “tudo o que aconteceu em épocas remotas tinha um objetivo, afetar a pastoral da Terra, porém, na ótica de hoje, o ecumenismo em Belém deve ser renovado, pois vivenciamos outro momento de história e de diálogos com as igrejas Cristãs.”
Para concluir, vale a pena relembrarmos que ecumenismo vem do grego oikos = casa, a casa habitada, “o nosso planeta geme como se tivesse com dores de parto, vamos ser solidários nos unindo no amor e na fé para um mundo melhor”. A Mãe terra agradece.


Fonte: http://www.teoikos.blogspot.com/

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