sexta-feira, 26 de novembro de 2010


DIA DE CIRANDA
Cuidando da Criação

APRESENTAÇÃO
Buscando propiciar encontros de crianças de diferentes confissões de fé, apresentamos o 2º Dia de Ciranda enquanto espaço de interação, formação e diversão para as nossas crianças.
No ano passado, marcando nossa primeira experiência, trabalhamos a temática “ÁGUA, para que te quero?”, refletindo sobre a importância da preservação da água para a vida no planeta.
Neste ano de 2010, com a inspiração da Campanha da Fraternidade Ecumênica, trabalharemos o tema Cuidando da Criação.

AGENDE-SE
Dia 11 de dezembro de 2010, sábado, de 9 às 16h.
Local: Clube da Associação de Subtenentes e Sargentos da PM/PA (ASSUBSAR), na Av. Mário Covas (próximo ao Bancrévea).

PÚBLICO-ALVO
Crianças de 05 a 12 anos das Igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Presbiteriana Unida e convidadas.

PROGRAMAÇÃO
9h- Chegada
9h30- Acolhida e Abertura:
10h- Merenda
11h- Brincadeiras:
12h- Almoço:
14h- Brincadeiras:
15h- Despedida

INSCRIÇÕES
- As Igrejas devem enviar a lista das crianças inscritas para o e-mail (unidadecaic@gmail.com) até o dia 04 de dezembro de 2010;
- Também devem enviar no Dia a média de 1 educador/a para cada 10 crianças;
- Depois repassar o valor de R$2,00 por participante (criança e educador/a);
- Em caso de dúvidas, ligue para (91)88769371 ou envie e-mail para unidadecaic@gmail.com

Ótima entrevista com Marcelo Barros

‘Todos nós somos chamados a ser monges’

Entrevista especial com Marcelo Barros

Aos 66 anos, o monge beneditino Marcelo Barros não para. Depois de participar do Seminário sobre questões climáticas e a vida no planeta em Porto Alegre, foi para Argentina, onde aceitou conceder à IHU On-Line a entrevista a seguir por email. Logo depois seguiu para Brasília e São Paulo e em meio a essa nova viagem respondeu nossas questões sobre a relação entre espiritualidade e o cuidado com a vida do planeta. “A Ecologia não é somente a ciência da interligação entre todos os seres vivos e todo o Universo, mas é também a descoberta desta amorosidade que permeia tudo e está presente em tudo”, explicou.

Marcelo Barros é monge beneditino, biblista e escritor. É assessor do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e das Comunidades Eclesiais de Base. É membro da Comissão da Coordenação Latino-americana da Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo (ASETT). Dedica-se, especialmente, ao macroecumenismo e às relações com as religiões afrodescendentes e indígenas. Seu mais recente livro é O Amor fecunda o Universo (Rio de Janeiro: Ed. Agir, 2009), o qual tem como coautor Frei Betto.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como trazer a problemática do clima para dentro das igrejas, da espiritualidade e da vida da sociedade?

Marcelo Barros – As igrejas cristãs e quase todas as religiões se expressam pela liturgia, pelo ato de se reunir e celebrar. E estas celebrações são atos de comunhão. É importante que se explicite mais profundamente a dimensão ecológica e cósmica desta comunhão. Para dar um exemplo, em todas as celebrações eucarísticas, a Igreja Católica e a Igreja Anglicana e outras cantam: “Santo, Santo, Santo é o Deus do universo. O céu e a terra estão cheios de tua glória”. Mas ninguém explicita o que significa concretamente confessar que a terra e os céus estão cheios da glória, isto é, da presença divina. Então, é tudo uma questão de educação e de sensibilidade que devemos intensificar.

IHU On-Line – E por que isso não foi feito até agora?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Convite

Venha se preparar para o Advento que está chegando! Participe do Estudo Bíblico, Iluminação de Advento, com Ir. Tea Frigerio, do CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos).
Data: 27 de novembro
Local: Capela da Paróquia Luterana
Av. Visconde de Inhaúma, 1557, entre Lomas e Eneas Pinheiro - Pedreira, Belém/PA.
Horário: 08.30h às 12h

Advento é tempo de preparação Vamos preparar nossa vida para a chegada do Deus criança!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Café Teológico e outros encontros, sua participação é muito importante


O ano de 2010 tem sido marcado por importantes ações ecumênicas, tendo como exemplo mais expoente a Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema “Economia e vida”. Ainda em 2010 comemoramos o Centenário da Conferência de Edimburgo, marco de inauguração do movimento ecumênico, quando (07 de abril de 1910) lideranças cristãs de todo mundo se reuniram na referida cidade escocesa para unirem seus esforços para levar as Boas Novas ao mundo, superando suas próprias divisões. Ecumenismo é abertura e diálogo entre igrejas cristãs buscando cooperar conjuntamente na promoção do bem, da justiça, da paz e dos direitos humanos.
Buscando fortalecer os laços de fraternidade e comunhão entre as igrejas cristãs no estado do Pará, o Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs (CAIC) trás a Belém o secretário do Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI): presbítero Darli Alves de Souza. O objetivo desta visita é articular o movimento ecumênico local com as ações do CLAI, principalmente na área da juventude. Pois já existe a experiência da Rede Ecumênica da Juventude (REJU) nacionalmente, faltando apenas a Região Norte criar seu coletivo.
É a primeira vez que Darli Alves vem à cidade de Belém. Ele é mestre em ciências da religião e presbítero da Igreja Presbiteriana Independente. A presença de sua igreja ou entidade na seguinte agenda fortalecerá ainda mais este movimento construtivo de diálogo.
04 de dezembro, sábado, às 9h - Reunião com representantes das igrejas do CLAI, do CAIC e convidadas - na Catedral Anglicana de Santa Maria (Av. Serzedelo Correa, 514, entre Gentil e Conselheiro, Batista Campos);
04 de dezembro, sábado, às 17h - Palestra no Café Teológico com o tema "Ecumenismo: balanço e desafios após cem anos da Conferência de Edimburgo" - na CNBB/N2 (Trav. Barão do Triunfo, 3151, entre Almirante e 25 de Setembro, Marco);
05 de dezembro, domingo, às 18h Confraternização do Comitê Inter-religioso do Pará (Av. Visconde de Inhaúma, 1557, entre Lomas e Eneas Pinheiro, Pedreira);
06 de dezembro, segunda, às 10h – Conferência (a confirmar) sobre "Cristianismo na América Latina: aproximações e estranhamentos diante da diversidade" - na Universidade Estadual do Pará (UEPA), campus 1 CCSE (Trav. Djalma Dutra s/n, Telégrafo);
07 de dezembro, terça, 16h – Reunião sobre a Rede Ecumênica da Juventude (REJU) – Igreja Presbiteriana Independente (Av. Conselheiro Furtado, 3085, entre Castelo e 14 de Abril).

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Diretoria do CONIC realiza última reunião da atual gestão antes da Assembleia Geral de 2011

 
Diretoria reunidaFoi realizada, em Brasília (DF), dias 17 e 18 de novembro, a última reunião da atual diretoria do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), eleita em 2006. O encontro foi na sede da Secretaria Geral, e teve como foco a próxima Assembleia Geral, que será realizada no Rio de Janeiro, juntamente com o Seminário Teológico, entre os dias 9 e 12 de março de 2011.
 
O momento foi oportuno para a definição do tema o do lema da Assembleia, quais sejam, respectivamente: “Unidade e compromisso do Povo de Deus” e “Vivendo de acordo com o evangelho de Cristo, firmes e unidos, lutando juntos, com um só desejo” (Filipenses 1,27). O Seminário Teológico, que precederá a Assembleia, terá como tema “O papel das Igrejas e Organismos no atual contexto religioso brasileiro”. 
 
Marcaram presença na atividade o presidente do CONIC, P. Sinodal Carlos Augusto Möller (IECLB); o 1° vice-presidente, Dom José Alberto Moura (ICAR); o 2° vice-presidente, Dom Filadelfo Oliveira Neto (IEAB); o 3° vice-presidente, Reverendo Gerson Antônio Urban (IPU); a secretária Janette Ludwig (IECLB); a tesoureira Lídia Fernanda Crespo Correa, além do secretário geral do CONIC, Reverendo Luiz Alberto Barbosa.
 
Reunião AditalDe acordo com o presidente do CONIC, Carlos Möller, a reunião foi muito proveitosa, sobretudo porque todos puderam fazer um balanço geral da atual gestão. “Pudemos falar de pontos importantes, como a caminhada conjunta das igrejas que compõem o CONIC e, ainda, refletir sobre a Assembleia Geral, que tem uma importância muito significativa, pois avaliará tudo o que já foi construído, propondo diretrizes e metas para a próxima gestão”, disse.
 
Também na avaliação de Möller, um dos pontos positivos da atual diretoria é o trabalho em parceria e complementação entre os membros. “Isso assegurou que o CONIC fosse sempre bem representado nas múltiplas atividades que foram realizadas e para as quais o Conselho foi convidado, sendo, portanto, um testemunho da caminhada comum das nossas igrejas com vistas a atingir os objetivos deste Conselho”, analisou.
 
“O bom de chegar ao final de uma gestão é poder olhar para trás e ter a sensação do dever cumprido. Melhor ainda é saber que, para alcançarmos o sucesso final, tivemos o apoio irrestrito de toda a diretoria que, mais do que bons colegas de trabalho, se tornaram verdadeiros amigos, exemplos de força, garra e determinação, enfrentando com sabedoria e responsabilidade os desafios que se colocaram para o CONIC nos últimos quatro anos”, concluiu o secretário geral do CONIC, Luiz Alberto Barbosa.
 
Ecumenismo
Möller também fez uma breve análise sobre a caminhada ecumênica. Para ele, o ecumenismo avançou não apenas no que tange o diálogo, mas também em ações concretas. “O melhor exemplo disso foi a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) deste ano, que extrapolou em muito o âmbito das igrejas, provocando a discussão de sua temática em toda a sociedade e culminando em ações concretas, por exemplo, os projetos aprovados por meio do Fundo Ecumênico de Solidariedade.
Serviço:
O Seminário Teológico e XIV Assembleia Geral do CONIC terá como sede o CENAM (Centro de Acolhida Missionária), que fica na rua Almirante Alexandrino, n° 2023 - Santa Teresa (RJ).
Momento Adital
O evento teve a presença do diretor executivo da Adital, Ermanno Allegri, que aproveitou a oportunidade e propôs ao CONIC e suas Igrejas-membro uma parceria de divulgação das notícias do Conselho para toda a América Latina.

fonte da notícia: CONIC - Geanderson Reis inserido por: Noticias CONIC envie para um amigo

4ª JORNADA ECUMÊNICA UMA PROVINHA DO REINO

Rev. Marcos F. Barros de Souza
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Coordenação do CAIC

Fé Brasil e Fé Sul realizaram de 11 a 15 de novembro de 2010, em
Itaicí, Indaiatuba-SP, a 4ª Jornada Ecumênica. Com o tema Ecumenismo,
Ecologia, Economia e Vida
, reunindo mais de trezentas pessoas de
diversas Igrejas, organismos ecumênicos, comunidades quilombolas, do

Candomblé e Espírita.
Fazendo caminhar pelos temas propostos as discussões provaram como os
temas se misturam na vida das pessoas e comunidades, e como o viver o
Ecumenismo nos cobra uma relação harmoniosa com todo o Universo
(Ecologia), e que ambos são vivenciados nos nossos projetos de

sustentabilidade (Economia).
Essa 4ª Jornada teve um número bastante considerável de pessoas que
viveram essa experiência pela primeira vez. E uma maioria de jovens, o
que expressou ainda mais a importância da REJU - Rede Ecumênica de
Juventude, na relação ecumênica, na defesa da diversidade religiosa e
propagação da Cultura da Paz. Fazendo-nos assumir o compromisso de
implantar a REJU na nossa região.

Que o Senhor nos abençoe com seu ânimo.

Foto dos/as participantes
Fonte: http://trindade.org/drupal/node/905

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ACER cria seu blog e convida para curso


Quem ainda não viu tem que ver e quem já viu tem que ver de novo e sempre. É o blog da Associação Amazônica de Ciências Humanas e da Religião (ACER) www.acerteologia.wordpress.com

A ACER foi fundada em 08/12/2001, tendo como um dos fins assumir responsabilidade jurídica, administrativa e pedagógica do Curso Ecumênico de Bacharelado em Teologia iniciado pelo CAIC - Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs. Dentre as finalidades da ACER, destacamos as seguintes:
* Promover o ecumenismo e o diálogo inter-religioso;
* Promover a formação ecumênica em nível de graduação;
* Promover a formação cultural e pastoral de pessoas interessadas, assim como de candidatos ao ministério cristão e de mem
bros de institutos de vida consagrada;
Atualmente a ACER está oferecendo o “CURSO TEOLOGIAS E RELAÇÕES DE GÊNERO”, de
29 de novembro a 10 de dezembro de 2010, sempre de 19 às 22h.
Mais informações sobre o curso:
Docentes:
DANIELA CORDOVIL CORRÊA DOS SANTOS
Doutora em Antropologia, especialista em religiões afro-brasileiras.
Docente da Universidade Estadual do Pará – UEPA

TAISSA TAVERNARD
Doutora em Antropologia, especialista em religiões afro-brasileiras.
Docente da Universidade Estadual do Pará – UEPA

TEA FRIGERIO
Mestre em Exegese Bíblica
Mestre em Ciências da Religião
Coordenadora do Programa de Formação do CEBI – Centro de Estudos Bíblicos


INVESTIMENTO: R$30,00

LOCAL DE INSCRIÇÃO E DE REALIZAÇÃO DO CURSO:
ASSOCIAÇÃO AMAZÔNICA DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA RELIGIÃO - ACER
End. Av. Senador Lemos, 557 - Umarizal
(entre D. Pedro I e D. Romualdo de Seixas)
Telefone: (91) 3241-1929
E-mail: acerteologia@yahoo.com.br
Horário de atendimento ao público: 14h30 às 21h

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Reverendo anglicano Fernando Ponçadilha reflete sobre ecumenismo no aniversário de 14 anos do CAIC

No dia 16 de novembro de 1996, na quadra de esportes do Colégio Kennedy, escola da então Paróquia Anglicana de Santa Maria, aconteceu a celebração ecumênica de fundação do CAIC. Hoje, dia que comemoramos 14 anos de caminhada, temos a alegria de compartilhar o artigo do professor, filósofo e reverendo anglicano Fernado Ponçadilha que esteve presente naquele dia especial.


Os Cíclos do Ecumenismo No Pará: Uma Trajetória de Beleza e Incerteza

Por Fernando Ponçadilha
Filósofo e Reverendo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil



Foto de http://daa.ieab.org.br/
A primeira quadra do movimento ecumênico remonta os anos setenta e oitenta. No rastro dos acontecimentos desenvolveu-se uma atitude comum entre alguns cristãos cheios de sonhos e esperanças.
Tudo começou por meio de iniciativas bem singelas. Entre elas, a instituição do bacharelado em TEOLOGIA, oferecido na UFPA pelo reconhecido empenho também do pró-reitor e depois vice-reitor Ápio Campos, com o endosso da arquidiocese de Belém que não possuía na época um centro de formação adequado na capital.
Tal fato é inédito porque pela primeira vez é oferecido vestibular público para um curso eminentemente confessional, inclusive para egressos da vida religiosa no contato cotidiano direto com os sujeitos da academia secular.
Não levou tanto tempo para que esse espaço público e laico, portanto, fora do controle como deveria da religião e processador de saberes, debates e da opinião refletida, despertasse a desconfiança e a suspeita dos poderes da época, sendo interditado pela governança e desautorizado pela religião, e/ou desabilitado por ambas.
Acontece que a experiência do curso de TEOLOGIA na Universidade Federal do Pará produzira uma geração de formados no perfil pastoral que aquele tempo precisava: PREPARADA, SOLIDÁRIA e INOVADORA. É claro que não era a maioria. Mas esses irmãos procediam em sua maioria da Igreja Católica – embora já se percebesse elementos egressos de outras procedências, como no caso singular da jovem pastora de antanho, Marga Rothe, da Igreja Luterana.
Faz parte desse sinal embrionário do ecumenismo nascente o ocorrido na passagem da década de setenta para a década de oitenta, quando um acontecimento inusitado marcou a história do campus universitário definitivamente. Ou seja, no primeiro semestre de 1980, o acadêmico César Moraes Leite é assassinado dentro de sala de aula no pavilhão B do setorial básico.
Uma bala de revólver ou pistola veio da arma de um policial federal que assistia aula na mesma sala da vítima. Tudo levou a crer tratar-se de fatalidade, até por conta da perícia da época ter constatado que a arma caíra e detonara. Entretanto, fazia-se a pergunta nos quatro cantos do campus: Por que armado em sala de aula????
O episódio foi o bastante para desencadear um protesto nos maiores decibéis possíveis contra o regime militar e a reitoria da UFPA. Passeatas, concentrações, atos públicos, reuniões no vadião, assembléias, caravanas de estudantes de sala em sala, tentativa de invasão da reitoria e a culminância de tudo isso num CULTO ECUMÊNICO no ginásio de esportes da universidade.
Talvez tenha sido essa a primeira iniciativa propriamente ecumênica que se tem registrado no memorial do movimento, porque lá se reuniram dirigentes da Igreja católica (Pe. Savino Mombelli, assessor da Pastoral Universitária e professor do curso de teologia), Marga Rothe da Igreja Luterana, Rui Guilherme da ABU (ligado à Igreja Batista) e outros.O certo é que pessoas sensíveis com o que aconteceu ligadas à ABU – Aliança Bíblica Universitária – por conta da participação no evento - foram expulsas posteriormente das denominações que faziam parte.
Este episódio ainda estava recente quando na luta pela terra são presos posseiros e padres na região do Araguaia acusados de preparar uma emboscada em 1981. A Ditadura queria emparedar as lideranças camponesas e deflagrou essa operação através do GETAT e da Polícia Federal por meio de um processo-farsa visando desmoralizar os sindicalistas e ganhar a afeição da Igreja Católica para desautorizar a Pastoral da Terra. O tiro saiu pela culatra. Isso uniu o movimento contra a ditadura e mobilizou a opinião pública.
Vigílias nas escadarias do IPASEP em frente ao prédio da PF na Manoel Barata eram fartas e ininterruptas, revezavam-se as visitas na PF e depois no quartel da Aeronáutica. Um comandante disse para o Bispo de Cametá: “O senhor vais visitar comunistas? – Ele calmamente disse. “eles estão presos por causa da verdade”. E o que é a verdade pro senhor? – Dom Chaves respondeu: “Um dia Pilatos fez essa pergunta pra Jesus e não obteve resposta certamente porque não tinha merecimento”. Isso foi dito em depoimento dentro do templo lotado da igreja do Perpétuo Socorro, em cerimônia organizada pelo MLPA – Movimento de Libertação dos Presos do Araguaia – a segunda experiência comum de cristãos reunidos por uma causa.
Nos diversos ativos que se seguiram até a libertação dos presos do Araguaia era já percebida a contribuição de alguns irmãos evangélicos, sobretudo luteranos e depois os metodistas, estes em coro bonito de irmãs do coral, ofereceram um louvor aos presos em frente à Igreja das Mercês no dia em que a ditadura cercou a Igreja da Trindade com mais de 500 pessoas sitiadas, com parte do povo fugindo para o largo das mercês.
O primeiro ciclo dessa honrosa história encerra sua maturação com a criação da UNIPOP dentro da Igreja Anglicana no final da década de oitenta e início da de noventa. Afinal, algumas condições objetivas já estavam postas, a redemocratização já estava acontecendo, já existia um quadro de lideranças preparadas, mas essa década é cheia de tribulações. Lideranças camponesas como Gringo, Benezinho, Quintino (que teve o corpo recolhido, funeral e ato religioso encaminhado pelo movimento ecumênico),Paulo Fonteles, João Batista, Gabriel Pimenta e outros, tombam pelas balas da intolerância e do desmando.
A década de noventa começa com a organização da caminhada contra a pena de morte conduzida pelo pastor presbiteriano Paulo Roberto da IPU ao longo da Almirante Barroso, reunindo um bom público a partir dos estudantes das escolas circundantes, e com as  reuniões ecumênicas de estudo da bíblia toda segunda feira em comunidades  diferentes.Teremos também nesse tempo a preparação para a ECO-92, para a 1ª Jornada Ecumênica em Mendes-RJ, em 1994, e a triunfal criação do CAIC – Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs, em 16 de novembro de 1996, na quadra da Escola Kennedy, sendo testemunhas aproximadamente 400 pessoas procedentes de diversas igrejas, até mesmo as que não acompanham o movimento, em cerimônia dirigida pelo arcebispo Vicente Zico, o pastor luterano Dick Osselman, o reverendo anglicano Francisco de Assis, o representante da IPU, e o representante da Igreja Metodista. Uma cerimônia concorrida que contou com a presença até do Rabino da Sinagoga central. Tornaram-se incessantes as oficinas, assessorias, cultos ecumênicos e formação permanente na perspectiva ecumênica depois da criação do CAIC, incluindo a consolidação do curso ecumênico de TEOLOGIA, com a criação da ACER no início da 1ª década do século XXI.
Hoje, percebe-se que a caminhada ecumênica foi construída em cima de propósitos bem determinados no tempo e no espaço. Relativo a isso é bom lembrar que as respostas foram surgindo de acordo com as demandas que os contextos apresentavam e as pessoas oferecendo contribuições sempre pela causa comum. Aquela relação de pertença ao coletivo ecumênico era por questões bem evangélicas: solidarismo, justiça, partilha, espiritualidade, estudo da palavra e outros. Aflorava mais a cooperação do que as contradições. Isso demonstra que o ecumenismo não é uma nova estrutura, mas uma atitude. E uma atitude de tolerância dinâmica, por isso é movimento, é instituinte, jamais pode pretender ser instituição. Se tal acontecer é a negação do ecumenismo. Essa atitude tem um perfil, mas não pode ter hegemonias e nem prevalências. É uma verdade carregada em potes de barro, portanto, frágil, que a qualquer momento pode sofrer ameaça.
O ecumenismo não só aqui, onde talvez se organizou a mais expressiva experiência, mas em diversos lugares, passa por momentos difíceis de incertezas quanto ao caráter e ao rumo, porque tudo o que se fez em comum durante trinta anos foi para atender apelos concretos do seu tempo e hoje o tempo é outro. Necessitamos de uma nova hermenêutica bíblico-evangélica para entender os desafios desse tempo e sair para uma atitude concreta de diálogo. Esse tempo é um tempo da imprecisão, do sentimento, da emoção, da intuição, das não prevalências e dos não modelos.
Quiçá possa o Espírito de Deus nos guiar pelos caminhos da humildade e da escuta para o novo tempo que se avizinha faceiro dentro da mais expressiva diversidade nesse universo de transformações que o mundo religioso e social está passando, encontrando recepção adequada em nosso meio para que almas sensíveis e sábias saibam dialogar com esse novo paradigma que está surgindo do diálogo temporal e espiritual entre os modelos niceno-constantinoplano, reformado e renovado do cristianismo, que parece ser o novo horizonte a ser seguido pela maioria das igrejas cristãs. É nesse contraditório que o movimento ecumênico prosseguirá tendo um grande papel catalisador.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Participe da celebração da Primavera para a Vida


Em Belém, a celebração será neste sábado (20 de novembro) na Paróquia Luterana
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) é uma entidade formada pelas Igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana, Evangélica de Confissão Luterana, Presbiteriana Independente e Presbiteriana Unida voltada a apoiar projetos sociais em todo o Brasil.
A CESE atua desde 1973 e já apoiou cerca de 10 mil projetos em sua trajetória, lutando por justiça social, democracia, educação básica, saúde popular, sustentabilidade ambiental, direitos das crianças e adolescentes e eliminação da miséria.
Todo ano, várias celebrações são organizadas no país para divulgar as ações da CESE e para incentivar que mais gente se envolva e contribua. É a PRIMAVERA PARA A VIDA.
Neste ano, em Belém do Pará, a celebração da PRIMAVERA PARA A VIDA será dia 20 de novembro (sábado), às 18h, na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana. O endereço fica na Trav. Visconde de Inhaúma, 1557, entre Lomas Valentinas e Enéas Pinheiro, Bairro da Pedreira.
Venha participar!!!
Com sua presença a celebração vai ficar mais bonita ainda.
Traga as crianças, pois será muito animado e elas vão gostar!!!
Neste dia também comemoraremos 14 anos de vida do CAIC e partilharemos as experiências da 4ª Jornada Ecumênica.
Ah! Sem esquecer que teremos venda de comidas com toda arrecadação revestida à CESE.
Esperamos por você!

Há no Brasil muita gente que vai à luta pelos seus direitos.
A CESE apóia essa gente. Apoie a CESE!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Começa a mobilização para o Dia Mundial de Oração 2011

O DMO 2011 é proposto pelas mulheres do Chile, tendo como tema "Quantos pães você tem?".

Já tem data e hora a primeira reunião de preparação do DMO 2011. O Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), animador local do DMO neste ano, convida para o início dos trabalhos.
Vai ser dia 17 de novembro de 2010, às 16hs, na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana.
Endereço Visconde de Inhaúma,1557 - Pedreira - Belém-PA.
Quem desejar participar, por favor, entre em contato com o CEBI pelo e-mail



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Estudo do ecumenismo no Pará

Contextualização do Movimento Ecumênico em Belém do Pará
No dia 04 de novembro aconteceu na casa das Irmãs Franciscanas de São José, em Ananindeua-Pa, um diálogo sobre a contextualização do Ecumenismo no Pará. O propósito do diálogo fez parte da disciplina de Ecumenismo do Curso de Formação Humana promovido pela CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil, ministrada pela teóloga Roseane Brito. 

O Ecumenismo faz parte da história recente de nosso país e por isso deve ser estudado nas suas diversas relações e implicações. O Movimento Ecumênico no Pará construiu uma rede de pessoas e instituições que foram influenciadas pelas idéias e práticas pastorais desenvolvidas dentro do movimento, difundindo conceitos como responsabilidade social, educação popular, ecumenismo, prática social, participação política, agente de transformação, etc. 
Para o Prof. Rev. Anglicano Fernando Ponçadilha, “o movimento ecumênico em Belém começou a despertar em plena Ditadura Militar quando em março de 1980, ocorreu a morte do estudante César Moraes Leite dentro da sala de aula no campus básico da Universidade Federal do Pará, por um colega de classe 'Policial Federal', foi então, que a Pastoral da Juventude Universitária, coordenada pelo Pe. católico Savino, se reuniu e saiu fazendo passeatas e mobilizações pelas ruas de Belém, foi um dos maiores protestos vistos no Pará após o Golpe Militar. Programaram uma celebração ecumênica no Ginásio da UFPA e dentre os celebrantes estavam a Pastora Rosa Marga Rothe da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, o padre Savino da Igreja Apostólica Romana e outros ministros de outras religiões. A partir desse acontecimento começou um movimento para repudiar a Ditadura Militar”. 
Um ano depois em 1981, na conhecida guerrilha do Araguaia, com a reivindicação de posse de terras gerou-se conflitos entre fazendeiros e posseiros na área chamada de Cajueiro, em são Geraldo do Araguaia, no Pará. Houve confrontos e aconteceu uma emboscada, resultando em prisões de posseiros e padres da Igreja Católica Romana. 
Foi a partir desses acontecimentos que surgiu o MLPA – Movimento pela Libertação dos Presos do Araguaia que acabou fortalecendo a Pastoral da Terra. Após o encerramento da MLPA alguns grupos resolveram criar entidades que se comprometessem com as causas populares, foi então criada a UNIPOP – Instituto Universidade Popular, que surge como iniciativa de educação experimental para a cidadania, partindo de três abordagens específicas: a sócio-política, a teológica-ecumênica e a lúdico-teatral. 
Dentro da UNIPOP surge o CAIC – Conselho Amazônico de Igrejas Cristãs, com o propósito de criar-se um curso de teologia popular como espaço de reflexão bíblica teológica a partir do compromisso ecumênico. 
Segundo o presidente do CAIC Tony Vilhena, “o ecumenismo é bíblico e teológico, deve ser uma prática tranversal na vida cristã.  Jesus pediu a unidade de seus discípulos e discípulas (Jo 17,21)”. 
O ecumenismo exige um coração voltado para a paz e a valorização do outro. Não basta realizar ações ecumênicas, é preciso ter de fato a espiritualidade do diálogo. Essa espiritualidade exige o cultivo de muitas qualidades, como por exemplo:
● esperança ● amor à paz ● humildade ● capacidade de ouvir ● paciência ● discernimento ● lealdade ● alegria ao ver o bem ● respeito ao outro.
Segundo Fernando Ponçadilha “tudo o que aconteceu em épocas remotas tinha um objetivo, afetar a pastoral da Terra, porém, na ótica de hoje, o ecumenismo em Belém deve ser renovado, pois vivenciamos outro momento de história e de diálogos com as igrejas Cristãs.”
Para concluir, vale a pena relembrarmos que ecumenismo vem do grego oikos = casa, a casa habitada, “o nosso planeta geme como se tivesse com dores de parto, vamos ser solidários nos unindo no amor e na fé para um mundo melhor”. A Mãe terra agradece.


Fonte: http://www.teoikos.blogspot.com/