JULGAMENTO CASO DOROTHY STANG
RAIFRAN CONDENADO
Por Justino Amorim
O Comitê Dorothy desde Segunda feira passada dia 30 de Novembro de 2009 começou a se organizar para a mobilização do julgamento de Raifran das Neves marcado para o dia 10 de Dezembro de 2009. Desde então foram dadas entrevista em comitiva com a Imprensa e feito contato com entidades religiosas, parceiros de defesa de Direitos humanos, advogados, movimentos sociais, sociedade civil e comunidade de Anapu.
Dia 10/12/09 por volta das cinco da manhã os membros do Comitê Dorothy se concentraram na Praça Felipe Patroni ornamentando para a celebração Ecumênica/Inter-religiosa no sentido de animar a espiritualidade dos seus membros e parceiros. Após a celebração dirigiram se ao Tribunal do Júri onde já havia iniciado os trabalhos daquela casa de Lei.
Para a surpresa de todos, o julgamento não aconteceu. O réu confesso do assassinato de Dorothy Stang, Raifran das Neves, abriu mão de seu quarto julgamento. Com a desistência do julgamento, permanece a sentença de 2005, que estipulou 27 anos de reclusão para o réu. Por essa razão Marilda Cantal, advogada de defesa já elaborou um pedido de progressão do regime do réu, que pode passar de fechado ao sem-aberto. O motivo é que Raifran cumpriu um sexto da pena em agosto deste ano que completou 4 anos e 6 meses de reclusão, e por apresentar bom comportamento no presídio.
David Stang, irmão da missionária, declarou que família e amigos de Dorothy estão felizes com o desfecho do julgamento.
O Ex.Sr. Juiz responsável pela condução do julgamento comentou que seu salário é pago pelo povo e por isso cabe a ele exercer sua função defendendo os direitos do povo. No entanto, nos leva a entender que este juiz estava sendo demagogo, ou seja, não estava sendo sincero em sua fala. É impressionante como um ser humano estuda tanto para falar tanta bobagem como se falou neste júri que não houve.
Trabalho por excelência não é somente os magistrados ou os formados em direito que o fazem. Padres, freiras, pastores (as), religiosos, professores, donas de casa, enfermeiros, médicos, trabalhadores rurais, mecânicos, etc. todos fazem um trabalho por excelência.
O verdadeiro trabalho por excelência é aquele que se projeta em defesa da vida. Defesa da vida da floresta, dos animais e em especial do ser humano.
Como disse o Bispo do Xingu, Dom Erwin Krautler, tudo não passou de um teatro, condena se mais uma pobre alma, Raifran das Neves (assassino), vítima ou escravo do latifúndio e do poder econômico e, enquanto isso os verdadeiros criminosos os mandantes ficam em pune. Precisamos rezar por esta pobre alma.
Se a resposta que o júri tinha era esta de manter a condenação do primeiro júri, para que perder tempo e dinheiro com esse teatro. Quanto dinheiro poderia ter se economizado e usado para outros fins a benefício da população paraense.
A população carente de investimento em educação, saúde, geração de trabalho e renda, e reforma agrária, mais, simplesmente se joga dinheiro pelo relo em um júri desnecessário já que ficou mantido o anterior.
Estamos a cada dia neste país fazendo papel de palhaços. Bobos da corte ou dos júris ridículos.
Autoria: Justino Amorim da Silva
Militante do Comitê Dorothy / Belém – Pará.
IG. Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
Estudante de Ciências Sociais
Belém Pará 10 de Dezembro de 2009
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